domingo, 3 de junho de 2012

Tu és mais forte

Sinto nojo da fragilidade da vida, que nos impõe barreiras impossíveis de ultrapassar e nos surpreende com coisas com as quais ninguém merecia ser surpreendido. Eu faço por entende-lo e por ver além do que me é visível, mas nem sempre consigo! O engraçado é que a única coisa que me faz acreditar e não temer é o sorriso que me dão todas as manhãs, sincero e genuíno, mesmo até quando nem elas (as crianças) estão a salvo de uma dessas doenças actuais e da moda. É então que eu sinto, num gesto tão simples como esse que, mesmo na fragilidade física que já tens, consegues dizer-me com esse olhar profundo e num sorriso rasgado: "Não te preocupes nem sintas pena de mim, vai correr tudo bem!"

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pára, Escuta e Olha...

Sinto-me num daqueles momentos em que preciso de parar... Parar para ver, parar para perceber, parar para sentir!
Sinto que tenho dado prioridade a coisas quase fúteis, deixando mesmo que estas me dispersassem a atenção do que realmente é importante. Mas, mais uma vez, como nada acontece por acaso, a vida encarregou-se de me fazer ver isso. Mensagem recebida!

E agora?

Os caminhos são muitos, é certo. Não há caminhos fáceis, certíssimo! Agora o que me pergunto é: Como e por onde devo ir? Não sei sequer se quero saber concretamente a resposta... Sei o que não quero, bem de mais até! Aquilo que quero agora? Viver perto dos que mais amo, não deixar nada por lhes dizer, porque a qualquer momento a vida surpreende... E não há nada que não dê por aqueles que me dão total e gratuitamente aquilo que são! Quero apenas viver sem medo de dizer, de arriscar, de sorrir... Quero, enfim, ser aquele que digam um dia: "Arriscou, não teve medo de ser feliz!"

Que parte da nossa vida podemos realmente controlar? Depende de nós...

domingo, 31 de outubro de 2010

"Vive tudo no momento certo"

Quantas vezes não nos sentimos super heróis, julgando que somos auto imunes a tudo e a todos os que com que nos deparamos...Trazemos uma espécie de bolha que absorve tudo o que nos envolve, vivemos como que centramos num egocentrismo, qual Narcisos, não olhando a meios para atingirmos os nosso fins...Limitamo-nos a viver, a seguir as nossas leis e as da sociedade, até atingirmos um ponto em que somos realmente obrigados a parar, a meditar, a ouvir, a ver...Tudo aquilo que sempre evitámos ao longo da vida! Há dias deparei-me, frente a frente, com um senhor de 77 anos, debilitado pela doença e prostrado numa cadeira de rodas...Quase nada me conseguiu dizer, apenas chorou e me respondia a perguntas com outras perguntas...Entre o que me ia dizendo, percebi o sofrimento que percorria aquele pobre homem, que ainda nem há um mês era totalmente independente e que limitava-se, como todos nós, a viver sem parar, sem meditar, sem ouvir, sem ver, sem sentir...Enquanto olhava para ele, com a sua pele e expressão marcada pelos anos, pensei em como tudo é incerto...Como somos hipócritas ao pensar que tudo nos passa ao lado, que somos bons de mais para sermos apanhados por estas situações menos boas! Tudo isto me leva apenas a tentar admirar mais a mais tudo o que me rodeia e a olhar para cada dia como o primeiro...Há dias recebi uma mensagem que dizia apenas: “Gosto muito de ti” ...Poucas palavras mas muito fortes, que não precisam de hora marcada nem de situações oportunas para serem usadas...Deviam ser, cada vez mais, uma constante no dia a dia, para que nada fique por dizer, em momento algum!
A VIDA É UM MOMENTO E VALE POR CADA SEGUNDO QUE PARAMOS PARA A SENTIR!

sábado, 24 de julho de 2010

Devia morrer-se de outra maneira

Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos...
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...
como aquela nuvem além vêem? — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

José Gomes Ferreira

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A vida não é um jogo

Não há pior sentimento do que a raiva... Raiva essa que me chega sempre associada com a revolta! Com o passar do tempo há simplesmente coisas que teimo em não (querer) ver. Esforço-me por ser e por fazer, sentindo no fim que acaba por ser em vão! Chegaram a dizer-me em tempos: “Se te tens de esforçar tanto, é porque não tem de dar certo”. E realmente é isso que sinto, que sou algo descartável que é simplesmente usado para quando alguém entende, podendo de seguida mandar-me fora, qual lenço de papel.
“O que não me mata, torna-nos mais fortes” ouço dizer... Sim, realmente é verdade! Mas de que serve ser forte se sentir que não há alguém totalmente sincero do meu lado com quem partilhar essa força? É uma sensação estranha. Sentir que nunca estou só, que conheço muita gente, mas que ao mesmo tempo não conheço gente nenhuma! Porque é que cada vez mais se põe o jogo de interesses e de poder acima de qualquer outra coisa? Será o poder aquilo que nos completa? De que vale querer ser poderoso e controlar algo ou alguém se não soubermos como ou o que controlar? Engane-se quem pensa que sabe totalmente mandar, ou se preferirem, gerir as pessoas... A vida não se trata de ser um jogo, onde se aplica a lei do mais forte! Cabe-me tentar entender quem se aproxima, analisar o que posso vir a ganhar e até mesmo perder... Afinal de contas, não é isso que é uma amizade? Mas, que acima de tudo, como se de uma economia se tratasse, numa amizade os ganhos têm de ser superiores às perdas... E não há nada melhor do que sentir que não preciso de procurar um amigo, sentir que, mesmo sem eu pedir, ele está sempre lá! Como nada acontece por acaso, ele está lá!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Casualidades do diálogo

Encara a vida numa meia medida que te permita ver o chão para não tombar e ao mesmo tempo te permita ver o céu, não te impedindo de voar! Aí sim podes dizer que aprendes, reflectes, avanças... Em suma, é a partir desse momento podes dizer que estás a viver!

sábado, 8 de maio de 2010

Fala, não Temas

"A tua relação Comigo não é diferente da relação que as pessoas têm umas com as outras. As vossas interacções começam com um conversa. Se a conversa corre bem, a amizade surge. E se esta corre bem, as pessoas envolvidas experimentarão um sentimento de unidade de comunhão. É exactamente o que acontece Comigo!
Antes de mais nada temos uma conversa.
Cada pessoa vive as suas conversas Comigo à sua própria maneira e de diferentes maneiras, em diferentes momentos. Será sempre uma conversa bilateral, tal como a que temos neste momento. A conversa pode decorrer «na tua cabeça», ou no papel ou pode ser uma conversa em que as minhas respostas são mais demoradas, alcançando-te sob a forma da próxima canção que ouves, do próximo filme que vês, da próxima confereência a que assistes, do próximo artigo que lês, ou da frase ocasional de um amigo que encontras "por acaso" na rua.

É a partir desses momentos que compreendes que estamos em permanente diálogo e se torna possível avançar para uma amizade."